Fundação premeia artistas com deficiência intelectual
A Fundação Manuel António da Mota associou-se à APPACDM do Porto para fazer renascer o Concurso Nacional de Obras de Expressão Plástica de Pessoas com Deficiência Intelectual, dez anos depois da última edição. A iniciativa contou com mais de 200 obras a concurso, apresentadas numa cerimónia que teve lugar na Fundação Manuel António da Mota, no Porto.
A inauguração da exposição contou com a entrega de prémios aos vencedores, num evento em que marcaram presença os artistas e respetivas famílias, representantes das instituições participantes, e outras entidades institucionais.
Rui Pedroto, Presidente Executivo da FMAM, lembra que “para o grande público este é um tema desconhecido mas de facto há uma grande produção artística na área do desenho, da escultura, da pintura e da tapeçaria nas instituições, e há artistas que tendo uma incapacidade intelectual têm um talento extraordinário que merece ser mostrado.”
Para Manuel Costa, Administrador da FMAM, é um “orgulho” para a Fundação poder contribuir para a realização desta iniciativa e por isso convida toda a gente a visitar esta exposição, ” nomeadamente quem tem crianças, porque é uma exposição muito atrativa e com muita cor”. “Vão ficar surpreendidos com a qualidade das peças que vão encontrar”, acrescenta.
O CRIDEM 2016 tem como objetivo promover o reconhecimento público da produção artística de pessoas com deficiência intelectual acolhidas em instituições, contribuindo para a integração social dos cidadãos com deficiência. Para a Presidente APPACDM Porto, Teresa Guimarães, “esta iniciativa é de extrema importância porque além de ser mais uma página que se escreve na nossa história – uma vez que a APPACDM começou por ser a criadora do CRIDEM – é também uma forma de unir todas as pessoas com deficiência, de unir todas as instituições ligadas à deficiência, e de poder mostrar à sociedade a capacidade que estas pessoas têm e aquilo que podem fazer.”
O vencedor deste ano foi Nuno André Lopes, da Fundação AFID Diferença, com a obra “Pôr-do-sol no Jardim”. Para os pais do jovem de 25 anos, este prémio é um “orgulho inolvidável” e uma surpresa, “ainda mais num universo tão grande de obras e num concurso de âmbito nacional”.
Todas as obras que participaram no concurso estarão patentes ao público na sala de exposições da Fundação Manuel António da Mota até ao dia 29 de setembro. Esta iniciativa passará depois a ser bienal, e para 2018 o objetivo é internacionalizar o projeto.