Projeto da FMAM apoia cidadãos de mobilidade reduzida
Tornar a vida mais fácil a quem tem de enfrentar obstáculos no seu dia-a-dia, dentro das suas casas é o objectivo do projecto Oeiras Sem Barreiras que visa a realização de obras de adaptação em habitações particulares de famílias com menores rendimentos e cujos agregados familiares integrem pessoas com mobilidade condicionada. A iniciativa resulta de um protocolo celebrado entre a Fundação Manuel António da Mota (FMAM) e a Câmara Municipal de Oeiras e permite a eliminação das barreiras arquitetónicas no interior das habitações, conferindo maior conforto e qualidade de vida aos seus beneficiários.
Para Maria de Fátima Silva e Rosa Afonso trabalhadoras com uma vida social e desportiva ativa, realizar pequenas tarefas do dia-a-dia, que para o comum do cidadão é banal, é uma luta constante que cria bastante receio e insegurança. Ambas ansiavam por estas mudanças há muito tempo mas não tinham possibilidades de o fazer. As dificuldades maiores eram sentidas na cozinha onde o esforço para chegar quer ao lava-louça, quer ao fogão era digno de uma verdadeira batalha.
Rosa conta que não conseguia ver o interior do tacho, “e muitas vezes molhava-me toda só para lavar a loiça”. Já Maria de Fátima revela que a acessibilidade ao lava-louça e aos armários mais altos era o mais complicado, “ao ponto de me sentir cansada e dorida depois de realizar estas tarefas”. Por isso não é de estranhar que o sentimento geral seja de felicidade.
“Era isto que desejávamos há muito tempo e assim todas as tarefas ficam facilitadas”. Sob a coordenação do Núcleo Arquitetura e Construção Civil (Lisboa), foram identificadas as necessidades de intervenção e os trabalhos duraram cerca de um mês.
As casas intervencionadas sofreram obras profundas na cozinha e no caso de Rosa Afonso também na casa-de-banho.
Testemunhando o momento, Rui Pedroto, administrador executivo da FMAM, sentia que a Fundação tinha cumprido o seu papel ao “criar mais duas famílias felizes”.
“Trata-se de pessoas em cadeira de rodas que não conseguiam fazer as suas atividades da vida quotidiana quer ao nível da cozinha e da alimentação, quer ao nível da higiene pessoal e a quem conseguimos dar uma maior qualidade de vida sem ficar prisioneiras da sua própria casa”.
Também Marlene Rodrigues, vereadora de Ação Social, Saúde e Cultura da CM Oeiras partilhava a mesma visão. “O programa Oeiras Sem Barreiras tem esta grande vertente que é dar qualidade de vida a pessoas que têm problemas de mobilidade. As casas não são pensadas, ou adequadas para a sua vivência quotidiana e por isso, ver estes rostos alegres por terem acesso a coisas que a maior parte das pessoas nem sequer liga no seu dia-a-dia, como ligar o fogão, ou ir ao frigorífico é extraordinário”.
Mais uma vez a FMAM destaca este tema como um dos prioritários e com maior sensibilidade, reconhecendo a extrema importância de assegurar o bem-estar e qualidade de vida dos cidadãos do concelho de Oeiras, com necessidades especiais. “Porque os deficientes são na nossa sociedade os mais excluídos dos excluídos, temos aqui uma tentativa de simbolicamente nas nossas prioridades dar mais atenção àquilo que consideramos mais importante do ponto de vista das pessoas e onde há muito a fazer.”
A intenção quer da parte da FMAM, quer da parte da autarquia é continuar a renovar o protocolo.